Escrituras em Arial

São raras as águas.
São poucas as madeixas de luz que se deixam entrar.
São vidas as vidas que queimam o espírito
e que abraçam o escondido
e que deixam deslumbrar.
São tristes as desilusões
de mãos dadas com o olhar,
as meninas que choram
e que demoram
só por poderem se demorar.
São assim tão presas as imagens que eu quero ver
que eu quero sentir,
que me situam.
São os beijos perdidos, queimados;
recuam.
Quero o que não queria
mas continuo sem saber o que querer
continuo solta no vento
sem ninguém para me prender.
E sorrio porque até sei que só me falta uma coisa
e uma coisa apenas;
um sorriso só meu
de ti e de mim
de ti não sei quem és,
mas o meu está lá.
São os passos que darei
numa perspectiva que mudou,
"Ilha na Rua dos Pássaros"
destroços que o mundo levou
com as bombas e armas de brincar;
brincadeiras pequeninas
laços soltos no mar.

.