Sigur ROS

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.Amei todo o momento que me abraçou, como se dum filho se tratasse. E como éramos muitos filhos, o momento esticou-se e chegou para todos.

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..Se pudesse morria ali. Não neste tempo, mas noutro, mais frio e mais húmido; morreria ali. Naquele mundo meu, nas notas pousadas no meu ouvido e no meu coração, nunca mais fui a mesma, nunca mais serei a mesma. Corri ali naqueles campos relvados e floridos da minha imaginação, fui tudo porque podia, tudo o que podia ser. Ali era casa, ali era eu. E olhei para cima e vi o céu - vi a minha vida passar-me na cabeça, vi mesmo, vi as coisas boas, memórias, lembranças a agarrarem-me e a devorarem-me. "Naquelas" notas "daquelas" músicas em que expludo de um sentimento que não conheço penso que vou ser feliz, que vou correr, que abraço, que amo, que sinto, que vou ser sempre feliz. E pouso a cabeça na almofada da voz do Anjo Cego e sinto que eu sou tudo o que puder ser, que eu sou grande coisa no mundo; nos mundos. Batem no tambor, cantam desalmadamente, choram, eu canto em plenos pulmões, mal respiramos, sorrio, morro, renasço, melhoro, paraliso e ouço. Komin heim þaõ kemur kafari Komin heim (o mergulhador chega - voltou a casa). E depois, adeus. Libertem-me...

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Isso ninguém me tira. Não há mal-entendidos.
Poucas vezes fui tão feliz.

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