As Coisas à noite

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Desenhei, até que (não) me fartei, desenhei até parar um dia, é que apetecia-me mesmo! Sujei-me de carvão, de aguarela, de grafite, de água de pinceis e de chá e bolachas.

A minha mãe perguntou-me, já que passei o fim do dia todo a dizer que queria estar sossegadinha, "Ana, queres uma chávena de chá?". (Gosto quando dizem o meu nome, é que nem reparamos mas chamamos todos por "olha" ou com um gesto)...

Eu bebi o meu chá, queimei-me na língua, como não poderia deixar de ser, e pensei cá para os meus botões: que se dane, que me apetece! E por isso decidi (que eu decido tudo, até o que não vou decidir) que não me importava que horas fossem, ou que estava cansada, ou que faltava um trabalho de português para fazer, apetecia-me desenhar e assim foi. Assim é.

Usei cores, usei cores que não são consideradas "cores" porque são o preto, o cinzento e o branco, usei muitos materiais, preferi os que sujavam mais, porque apesar do trabalho posterior são os que dão mais gozo.

Passavam as músicas de que eu gosto, cada uma com uma história minha, e entrei num transe entre riscar, manchar, criar, ouvir, sentir e nem fazer conta que estou a fazer tudo isto. É a magia das paixões pelas Coisas...




E fui fazer o trabalho de Português e devorar o Brisingr até altas horas, que o livro tem muito bom aspecto! :)