Palavra de Ordem:

.

Amor.


.

I see...RED

.
Não escrevo... não tenho escrito. Quero estar perdida no mundo... solta ...como um pedaço de matéria colorida. Estou em paz, estou bem, sinto-me vento... sinto vontades, desejos loucos por vida que (ainda) não tenho, tendões que se partem e quero tratar. Estou a rodar e rodar e rodar numa saia rodada e quero mais maaaaaais!... quero rodar tanto que voo.
QUERO VOAR.
(está quase)
Uh Uh Her "I see Red"
=)
.

2A+8M

Em dias como estes, e como os outros, ficam palavras que poucos entendem.


Mikado
Jardins
Muse
Robôs
Penne
Chão
Vodafone
Excesso
Pressa
Apoio
Viagem

Amor.

.


.

Let me

.
Correu bem. Eu estou bem, mesmo bem.

.

Equações.

Toda eu sou Pré-exames.


Vai-me cair um pé ou coisa que o valha, estou a dar em doida. Não é necessáriamente um "doida" mau, é um "doida" tremendamente assustado e consciente do inevitável da situação. É isto, ou melhor, é metade disto que me vai ditar o futuro. Quanto mais penso nisto, mais a minha cabeça estoira, mais choques interiores apanho, como se desde a última vez que me tivesse apercebido das (in)consequências da época me tivesse esquecido disso, e ao apanhar o choque seguinte fosse o retorno dessa imagem; memória de peixe - uns poucos segundos.

Mas tenho sempre uma calma, tenho quem me segure. Mesmo assim, é um abismo abismal, é uma queda longa e funda. Mesmo sabendo que por muita que seja a altura da queda, vou ficar sempre bem...a questão é se fico com uns arranhões ou se perfeitamente limpa. Prefiro a última hipótese. Porque aliás, não há possibilidade de não sair limpa; não pode haver. Porque o sair com uns arranhões implica parar para os tratar...e quem salta comigo sai limpo...

E é só esperar mais um pouco, está quase. Está quase, tudo está quase. Faltam 2 dias...depois desses 2 falta 1, depois desse 1 é mais 1, depois desses 7 números vêm mais uns quantos para saber resultados, depois desses 7+x vem y para o salto, e depois de 7+x+y é z. Aí saberei se saí limpa...depois de 7+x+y+z ficamos sempre com medo de ter feito mal as contas...e eu que nunca fui boa a matemática...

.

Chuck Norris (acho eu)



E pronto, é isto.

,

Quente


Voltei a usar o vestido.


,

Sexta-feira-adeus.

,
Estou a ouvir a banda sonora do Rei Leão. Estou na parte triste.


Mas estou contente.


Tenho saudades.

.
Não sei como estou.


Estou. Apenas. Apenas à tua espera. Porque é assim, temos que largar para voltar a agarrar - não quero largar. Se não te largar não preciso de te voltar a agarrar; penso assim. Tocou-me o ar da felicidade, da alegria, da tristeza por amar...ninguém quer ir embora. Eu também não.


Então espero.

Espero por ti.


Mas estou bem. Fora não estar, por estar longe de ti.


Mas estou bem.


Feliz.

.

Amesterdão e Paris só o são contigo


Um dia, dois dias, três dias...9 dias.
Um sonho, dois sonhos...muitos sonhos.
.
.
O meu pedaço de sonho que o mundo permitiu, a transformação dos astros que me deixaram ser feliz. Pensei, mais que pensar senti, senti-te, amei-te. Amei-nos. Amei o que nos rodeava.
Foi a viagem que começou antes de começar - foi desde a espera que apertava o coração ao coração apertado pela espera de deixarmos de nos ver. Entrei - fui a primeira (rir?) - sentei-me no local que tinha marcado para mim, puxei-te para que ficasses a meu lado, e mesmo antes de partirmos já soube que eras meu. Que naquela viagem eras só meu.
Abracei-te, entusiasmados, vivos, alegres, adormeci (...o meu amor embala-me só por existir...), revirei-me no meu lugar, não o deixei dormir, dormi, acordei e continuava lá...continuavas lá. Pediste-me que fechasse os olhos - acordei outra; acordei inteira, acordei de mãos completas, gémeas às tuas. O nosso lado era o direito, mas puxava para o esquerdo pela vontade que também nos puxava. Sorrisos eram muitos.
Sorrisos, preocupações. Os medos que assaltavam rendiam-se a nós, ao tu e eu, juntos, e tudo ficava bem. Choro. Lágrimas - fui eu. E essas gotas de amor escorriam livres, soltas...
Nós num santuário, nas nossas cabeças, nós juntos mão na mão; eu chorava e tu entendias. Promessas de voltar àquele lugar, pela sombra da torre, para passarmos à outra mão...
Cobertores, mãos, beijos, olhares ternos e eternos, vontades. Noites. 32 (34...rir?). A beleza em que me tonaste. A beleza que tu és. O abrigo dos braços, os cabelos, pestanas. Dias sem nos largarmos, o dia sem nos largarmos - o que nos afligia foi-se na primeira corrida para nada (não foi para nada), foi-se quando me pegaste ao colo e me agarraste naquela ponte, foi o beijo/riso/água, foram jantares e almoços, pequenos-almoços, foram gestos de cumplicidade; ler os olhos, pés sincronizados, peitos ofegantes.
.
E no fim, chegámos à conclusão de que tudo foi um sonho. A única diferença é que o sonho não vai acabar.
.

(a ouvir) Karma Police

.
.
.

Contar histórias. Contar palavras, momentos. Contando os momentos e os segundos que faltam para sentir-te a meu lado, mão na mão, mão no coração. Ouvir os sons que rodeiam. Os sóis que aquecem a meu lado, o sol que me aquece a meu lado. O oco do sentimento, preso à saudade, que não existe, todo ele está cheio de luz. Pois a saudade rasga interiores, quebrando barreiras e temores. Saudando saudamos. Saudamos o que nos está cá dentro; feliz, vivo, infinito. Cheio de tudo, eu quero tudo que há em ti. Não me importa profundidades, não me importa silhuetas escuras, não me importa que não sejas como todos - tu és como ninguém. Se é assim, é ninguém que eu quero, és tu. Sou assim, sou parte de ti. Dá-me a mão. Eu dou-te o coração...

.

.

.

Mais (+)

.

Estou a.s.s.u.s.t.a.d.o.r.a.m.e.n.t.e.
feliz.

: )

.

Mais



Como a vida muda num instante. Como, num só momento, deixamos de pertencer à nossa vida e abraçamos outra que julgávamos não nos pertencer. O fim-de-semana não me pertenceu. A primeira noite foi só uma experiência. A segunda noite foi um mundo. E eu sempre senti os teus braços...
.
a.

18 now.

Sou a Ana e tenho 18 anos.
Mesas Gelados Bilhetes Posters Caras Fotografias Batons Ruas Lisboa Pés Jamaica Rodas Danças Suor Toques Sorrisos Olhares Vidas Bebidas Carimbos Marcas Filas Rusgas Moedas Bolsos Saltos Músicas Multidões Desencontros Esperas Pães Sopas Risos Chuvas Tempestades Corridas Libertação Êxtase Felicidade Poça Cabine Passe Comboio 6H21 Descalçares Gargalhadas Pegadas Águas Piadas Maravilhamento Cansaços Paragens Destinos Taxis Casas Silêncios Banhos Secas Cobertores Chás Sonos Dias Almoços Famílias Bolos Tardes Adeus Arrumanços Descanços.
.

Semente

Numa das minhas sessões de Teatro o nosso encenador, o Rui Mário, pediu-nos que nos tornássemos semente e crescessemos. As luzes apagaram, os olhos fecharam-se e começou a dança.
.
(- Isso é para quê?
- Para o Teatro.
- Ana, tu vives mesmo para o Teatro.
- Sim...)
.
Eu fui uma semente. Eu fui um início de vida, compacta, quente. Fui criança da terra, deixada no solo fértil, à espera de nascer. Cresceu em mim um coração, uma vontade de sentir. De dar a mão ao mundo e respirar o céu, beijar o vento.
E de repente cresceu também em mim o próprio crescimento - saí, espreitei o ar, senti raízes, senti apegar-me ao solo enquanto as nuvens me puxavam no sentido contrário; senti-me árvore. Pequeno rebento sozinho, acompanhado, o vento passando por mim e acenando. Braços romperam do meu tronco, meu tronco de gente, de árvore, a casca sobre mim adormecendo. Respirei pelos meus pulmões emprestados e sorri. Eu estava sobre a terra que tanto ansiei e temi e tornei-me no abraço em que já estive - eu era a protecção de muitos, viva e sólida, as minhas folhas alimento, a meus pés outros corações. Crianças brincando, pessoas sentindo, curvas e entrecurvas à minha volta. Fui Primavera, sonho, Verão, Outono, Inverno. Passei as estações contando os dias que passavam não sabendo porquê. Cada dia fui mais feliz e mais triste; senti a vida a desabrochar pela última vez com o último fruto. E presenciei passivamente à queda dos meus frutos e flores, ao mundo a despir-me. O mundo despia-me e eu não fazia nada, despiam-me, eu via, eu via os rebentos lá ao fundo a serem sonho, árvores também, e soube mesmo sem saber. Era a minha vez de largar.
O frio agarrava-me sem ferir, mas mesmo assim chorava. Porque o coração que tinha deixei de o sentir. Voltei à terra, adormecida no castanho cimento...e disse adeus àquela vida, à minha vida que já não era minha, era de ninguém - voltei à semente.
.
.
E foi mesmo o que aconteceu. Foi o que eu senti, numa Sexta-feira, dia 9 de Janeiro de 2009, enquanto ouvia os sons das palavras do meu encenador. Eu ERA a semente - e disso ninguém duvide.
.

Vermelho Maçã


An apple a day keeps the doctor away.
.

As palavras de amor que não dizem

-
Se achas que sim, encontra-me. Econtra-me e abraça-me. Apertando-me, beija-me. E diz que me amas. Quando amares, quando me amares, quando eu te encontrar. Quando eu não conseguir respirar sem tu estares ali. Quando. Eu espero(-me).

.

50's


E assim foi.
.

UmMêsNãoSãoDias

Lembraram-me elas: não escreves há tanto tempo...reparei que não, mesmo, reparei na saudade que elas mostravam ao dizer isso. Como se me agarrasem por ali, como se assim conseguissem ver-me. Têm razão; como não?
Vou dividir em multiplas facetas - tal qual com eu. Não quero misturas de momentos. Não serei fiel à cronologia, estes factos são tão enrolados; como é que sei se a carroça está à frente, ao lado ou atrás dos bois...? Vou tentar resumir os meus últimos...(estou a olhar para a data do último post e a fazer contas)...tempos. Um mês. Aqui vai, a minha vida num mês.
Gosto de ti. Não gosto. Ainda me aqueces, mas acho que é porque tenho frio - se eu fosse Verão não precisava do teu calor.
Agarrei-me a estes amores que não podia. Bastou ver "aquele" filme, que levou claramente ao livro, que me levou à constatação (novamente) da minha eternamente básica vida; quero um amor bárbaro daqueles, que eu sei que são só dos livros, quero aquela paixão toda, aquela profundidade. Só sei que preciso afogadamente de uma vida com toda aquela tragédia, não pensava um segundo em trocar esta minha vida por aquela...só para O ter. Quem for que O seja. Desde que fosse como ele. (E tenho vergonha de dizer o quão apaixonada por aquela paixão estou.)
Cada vez mais dúvido do meu discernimento. Não sei do meu futuro. "And now your stuck with square one."
Teatro. Problemas. Como assim??!
Não digo mais nada sobre isto, demasiado falado, demasiado igual, demasiado cansativo. Ainda amo, por isso sofro, e nem que vá abaixo com ele, vou. Não me vou embora sem ti.
Dou-te cada vez mais a mão, aperto-te ainda mais. Uma semana sempre juntas - e não podia ser melhor. (E com isto vem a dor de te deixar para trás, a ti C, não deixando; não te vejo há tanto, mas não quer dizer que não te adore tanto - desculpa-me.) Agarro-me com mais amor que nunca, fazes-me sentir tão bem! Fazes-me bem. Obrigada amiga. Por tudo o que disseste, por tudo o que fizeste. Acho que nem fazes ideia...
Reparei que me isolo. Com música. Ponho a música nos ouvidos e fecho-me, e gosto. That's the freakin' problem!
Chorei num destes ensaios, em vários aliás. Num cedi, no outro lembrei-me. Ao ouvir uma música. A aquecer: um momento. As imagens atiraram-se à minha mente, prontas a partir tudo! De repente estava no palco, com um holofote, abraçada ao meu amigo Manaças. Na última vez. Naquele último dia em que me apercebi que se arrancasse um pulmão não doía mais. VOLTEM PARA MIM! NÃO ME LARGUEM NUNCA MAIS! EU SUPLICO! Fodasse...!
Continuo sem saber qual é a minha cor preferida.
Os Sigur são cada vez mais uma coisa que surgiu do melhor momento da minha vida - um passado.
Decidi uma coisa comigo. Vou começar, vou conseguir, mesmo com o nada de tempo que eu tenho. Porque sei que me faz feliz. E não dizê-lo a ninguém, NINGUÉM torna-o ainda mais meu.
Sou esquisita. E não agrado a todos. Não que me faça muita confusão... - Calhei-lhe na rifa! FIXE! ........... It's just about the right quind of RED.......e todas adoraram!!
Na festa dos seus 18 anos, relembrei tudo. Cheguei ao seu quarto e o meu coração parou, enquanto que uma lágrima se forçou a sair. Estavam apenas 4 deles lá, mas bastou. "Então era isto. Então é isto." E olharam-me com olhos estranhos...
Gripe na véspera de Natal - fixe...!....
Estou sem reacção; pior, com pouca. Beijo ao meu tio. (Beijo à minha tia).
Os trabalhos do fim do período são suficientes para querermos uma arma - ou vão os professores, ou vamos nós. E continuo sem saber...o que é que TU queres de mim?...
Tenho saudades do meu cabelo grande.
Estou feliz pela minha querida, tão bom que é estar apaixonada. Pela pessoa certa. Até te perdoo as coisinhas (felizmente não muito) foleiras inerentes a esse estado de alma. Que feliz.
Sei tudo como se fosse, não sei como será. Porque neste labirinto de espuma, não há espaços não-abertos que o sejam - há sempre um buraco para sair, ou entrar. E porque podemos fazê-lo, tornamo-nos ambíguos, tornamo-nos livres. E se nos tornamos livres, tornamo-nos decisão. E eu não quero decisão. Quero um labirinto de amarras, quero sair ou entrar daqui, mais nada. Quero UMA coisa. Quero ser obrigada a viver o melhor disso mesmo, não me obriguem a ser como devo ser, como sinto que devo ser. Porque assim que o fizer, será sempre a minha responsabilidade. Será a MINHA vida. E tudo o que vem com as minhas escolhas.
Porque fui eu que decidi.
Durmo cada vez menos, para ler. Obcessão; talvez. Às vezes choro, porque quero mesmo fugir para as histórias. Patético.
Vontade dum gato. Mas sei é que é vontade da minha bebé de volta. Dói-me mesmo, todos os dias. Dói. E sei que nunca mais.
Preciso que me salvem, e não sei porquê, porque até acho que estou bastante feliz. Acho que preciso que me digam o que valho...seja o que for...se eu valho a pena. Quero saber se valho a pena...
Agora sim. Estou mais próxima do meu irmão. Já resolvemos coisas, mesmo sem falar. Já gosto mesmo de ti. E o que mais queria era ser unha com carne. "Respect!"
Estou a pensar no novo ano. Quero desespereadamente muita coisa, são coisas minhas, querer tudo, mesmo sem poder. Mas não custa tentar, posso não ter tudo mas fico com alguma coisa. Acima de tudo; ser feliz. EU QUERO SER FELIZ!
E pronto, penso que é isto. É o mais triste...a minha vida num mês se reduzir a isto.
Boas festas!
E já agora...as músicas que tenho revolvendo...
"Festival"
"Hoppipolla"
"Just for now"
"All by myself"
"Decode"
"Viva forever"
"Square one"
"Saeglopur"
"Untitled 1"
"Elegy for Dunkirk"
"Adeus, não afastes os teus olhos dos meus" - não mesmo, por favor...
.

Jón Þór Birgisson


(Definir como ambiente de trabalho)
só porque me lembrei de ti

D.A.M.! i'm M.A.D.! (ahahaha só eu é que percebo) :D

.
.
"Pai...qual é a diferença de Finanças e Economia?..."
"Então, cá em casa quem trabalha e traz o dinheiro sou eu...sou quem trata da economia. A tua mãe é quem gere o dinheiro, é a encarregue das finanças..."
"Ah! Já entendi."


:)

Reunião para a viagem de estudo à Holanda; mãe e pai - que, diga-se de passagem, é difícil conseguir ir a essas coisas - no auditório da escola. Piadas soltas, trocadilhos. O meu pai a enganar-se em três portas antes de voltar ao auditório depois de ter saído para ir à casa-de-anho. Olhares de risos abafados. ("Deixo aqui o carro que está mais perto de Lisboa e a tua mãe vem-me trazer de manhã" ahahahhaha). Casa - eu a dizer -lhe"vou-te chinar", ele a meter-se comigo, eu a dar-lhe murros...nós a rir da confusão dela, rir-nos as duas dele, eu rir-me sozinha dos dois. "CHIIIU!" - era a ministra da educação a falar, a mãe a querer ouvir e a mandar calar ao mesmo tempo que ia fazendo comentários (e a Ana a rir-se) e o pai a chamar nomes que eu acho engraçados à senhora (é a patroa do meu irmão...)(e a Ana a rir-se). Eu gozo com o Moita Flores que está em todo o lado, o pai muda para a sic -MOITA FLORES! - riso colossal - mãe a rir-se mas a questionar como é que o homem tem tempo para ser o presidente da câmara de Santarém, já que é 1h30 de viagem para cada lado e (eu) tinha visto que ele estivera no programa da Fátima - mudança outra vez para a rtp1. E depois a vida continuou como sempre, cada um para seu lado.
A diferença é que fui com um sorriso nos lábios.


Reparando nos nossos passos, calhas sempre tu... : )

"Mas ó Ana!! Epa MORREEEE!"
"AHAHAHAHAHAHAHAHA"
"AHAHAHAHAHHAHAHAH"

Esperas de mega concertos, chão se madeira, coca-cola na mão, barras de ballet e paisagem sintrense - conversas eternas, mãos dadas, caras demasiado aproximadas (ahahahahha largaaa-meeeeee!!!), risos de dentro, lembranças de outros anos e um dia inteiro para trás de esforço conjunto.


Viva.
Square One, Coldplay

Sigur ROS

.

.Amei todo o momento que me abraçou, como se dum filho se tratasse. E como éramos muitos filhos, o momento esticou-se e chegou para todos.

.

..Se pudesse morria ali. Não neste tempo, mas noutro, mais frio e mais húmido; morreria ali. Naquele mundo meu, nas notas pousadas no meu ouvido e no meu coração, nunca mais fui a mesma, nunca mais serei a mesma. Corri ali naqueles campos relvados e floridos da minha imaginação, fui tudo porque podia, tudo o que podia ser. Ali era casa, ali era eu. E olhei para cima e vi o céu - vi a minha vida passar-me na cabeça, vi mesmo, vi as coisas boas, memórias, lembranças a agarrarem-me e a devorarem-me. "Naquelas" notas "daquelas" músicas em que expludo de um sentimento que não conheço penso que vou ser feliz, que vou correr, que abraço, que amo, que sinto, que vou ser sempre feliz. E pouso a cabeça na almofada da voz do Anjo Cego e sinto que eu sou tudo o que puder ser, que eu sou grande coisa no mundo; nos mundos. Batem no tambor, cantam desalmadamente, choram, eu canto em plenos pulmões, mal respiramos, sorrio, morro, renasço, melhoro, paraliso e ouço. Komin heim þaõ kemur kafari Komin heim (o mergulhador chega - voltou a casa). E depois, adeus. Libertem-me...

.

.
Isso ninguém me tira. Não há mal-entendidos.
Poucas vezes fui tão feliz.

.

Sigur do meu coração

.
.


.
Eu gosto tanto desta música que o sangue das minhas veias corre mais depressa.
.
.
Á silfur-á
Lýsir allan heiminn og augun blá
Skera stjörnuhiminn
Ég óska mér og loka nú augunum
Já gerðu það, nú rætist saga
Ó nei!!!
.
Á stjörnuhraða
Inni í hjarta springur, flugvélarbrak
Oní jörðu syngur
Ég óska mér og loka nú augunum
Já gerðu það, lágfara dans
Allt gleymist í smásmá stund og rætist samt
Opna augun
Ó nei!!!
.
Minn besti vinur hverju sem dynur
Ég kyngi tári og anda hári Illum látum, í faðmi grátum
Þegar að við hittumst
Þegar að við kyssumst
Varirnar brenndu, höldumst í hendur
Ég sé þig vakinn
Ég sé þig nakinn
Inní mér syngur vitleysingur
Alltaf þið vaða, við hlaupum hraðar
Allt verður smærra
Ég öskra hærra
Er er við aða, í burtu fara
.
Minn besti vinur hverju sem dynur
Illum látum, í faðmi grátum
Ég kyngi tári og anda hári Þegar að við hittumst
Þegar að við kyssumst
Varirnar brenndu, höldumst í hendur
Ég sé þig vakinn
Ég sé þig nakinn
Inní mér syngur vitleysingur
.
.Sigur Ros; "inni mer syngur vitleysingur"
.
Inside me a lunatic sings
On a silver river
You illuminate the whole world and blue eyes
Cut the starry sky
I make a wish and close my eyes
Yes do that, now begins the story
Oh no
At lightspeed
Inside a heart explodes, an airplane crash
Down on the earth sings
I make a wish and close my eyes
Yes do that, a silly dance
All is forgotten in very little time and yet begins
Open eyes
Oh no
My best friend no matter whatever happens
I swallow tears and breathe hair
A bad break, we cry in each other arms
When we meet
When we kiss
The lips burning, we hold hands
I see you wake
I see you naked
Inside me a lunatic sings
Always rushing, we run quickly
Everything becomes smaller
I scream louder
I'm with a shell, going away
My best friend no matter whatever happens
A bad break, we cry in each others arms
I swallow tears and breathe hair
When we meet
When we kiss
The lips burning, we hold hands
I see you wake
I see you naked
Inside me a lunatic sings
.


Esta é a minha Amélia.

As Coisas à noite

.


Desenhei, até que (não) me fartei, desenhei até parar um dia, é que apetecia-me mesmo! Sujei-me de carvão, de aguarela, de grafite, de água de pinceis e de chá e bolachas.

A minha mãe perguntou-me, já que passei o fim do dia todo a dizer que queria estar sossegadinha, "Ana, queres uma chávena de chá?". (Gosto quando dizem o meu nome, é que nem reparamos mas chamamos todos por "olha" ou com um gesto)...

Eu bebi o meu chá, queimei-me na língua, como não poderia deixar de ser, e pensei cá para os meus botões: que se dane, que me apetece! E por isso decidi (que eu decido tudo, até o que não vou decidir) que não me importava que horas fossem, ou que estava cansada, ou que faltava um trabalho de português para fazer, apetecia-me desenhar e assim foi. Assim é.

Usei cores, usei cores que não são consideradas "cores" porque são o preto, o cinzento e o branco, usei muitos materiais, preferi os que sujavam mais, porque apesar do trabalho posterior são os que dão mais gozo.

Passavam as músicas de que eu gosto, cada uma com uma história minha, e entrei num transe entre riscar, manchar, criar, ouvir, sentir e nem fazer conta que estou a fazer tudo isto. É a magia das paixões pelas Coisas...




E fui fazer o trabalho de Português e devorar o Brisingr até altas horas, que o livro tem muito bom aspecto! :)

Na verdade foi Sábado, 20 de Setembro de 2008

Sabem o que é melhor do que cantar?
Ouvir.





Nesse dia o mundo tocou-me muito. Nasceu triste e cresceu forte e claro, o sol raiava e enchia-nos de energia - ou, na verdade, apenas a desgastava. Andámos até ao fim do mundo para não o encontrar, o fim, mas sim o início; porque não era uma despedida, era um começo.
Não conto o que aconteceu de tão iluminador, não conto os meios mas sim os fins, é demasiado nosso para abrir as mãos em concha e deixar voar. Resultou dessa tarde um coração adulto, da sua forma criança e insegura que sempre é, porque vestiu-se e armou-se para o que se segue, uma prova aprovada por mim, já que eu quero-a, derradeiramente quero-a. Para quem não percebe digo apenas "Teatro" - umas luzes talvez se acenderão - mas para quem sabe digo "último". O meu último que mais provavelmente dita o que vou querer para as minhas vidas a seguir a esta.
O cerne da questão é não haver sequer questão, está muito clara a dúvida em mim, sabendo que a insegurança terá "Ana"; não preciso de explicar mais. Tirem da cabeça os que pensarem que isso para mim é quque partir para outros portos. Foi isto tudo a crescer e nós numa grande pequena roda, circundados por bichos negros de grandes patas que dançavam e provavam o doce momento que traziamos. "Quem", alquer coisa mais do que é, é para mim tanto mais como tanto menos, pois não é coisa pequena nem coisa a ignorar. É um desafio a quem sou por todos os sentidos possíveis, não julguem, eu julgo-me o suficiente, vou correr, é o último e quero tudo. O desafio será exactamente ter esse tudo sem ter verdadeiramente nada. Muita gente não compreende..."vais onde?' Teatro" "Ah..." mas acho que não se explica, deixa-se cá dentro. Eles não me ensinaram: aprendi.
E a folia (nesse tão complexo e multifacetado sentido) continuou por ruas de Sintra, por montes lá ao longe a transbordar de sol, o céu de arco-íris, as pétalas de rosa no chão - e posteriormente nas caixas de correio,- a casa de escritor, a minha rua, a minha vida, a minha gente, a casa dela como sempre, nós, eles, todos. (Reticências)

O meu mais sincero respeito. És muito mais que muita gente.

Dói-me a cabeça de chorar. E os olhos. E dói-me o coração. Mais que tudo dói-me o coração...


Sabes quanto és não sabes? As marcas no chão, os restos de comida misturados com água numa pasta terrivel, o olhar de quem não fez coisa boa ou óptima. A felicidade da minha entrada, tanto que me chateaste e tanto eu me vinguei fazendo a mesma coisa. Azar o teu, não tivesses orelhas grandes...! E eu enrolada contigo num poste porque não te queria perder (ups, tarde de mais-o humor negro não tem tanta piada quando é connosco, fica o aparte) e a espreitar em busca de coisas que te arreliassem. A foto. A tua casa de um tamanho soberbamente gigante e quase impossível de arranjar, a sua posterior destruição- que mais poderia ser vindo de ti?- o gosto pela jardinagem, o gosto pela água, o gosto por tudo que se mexia (ou não), quando passavas por baixo daquela mesa (eu juro que ainda não percebo como...) e saltavas por cima do sofá de um momento para o outro.
Lembrar-me-ei sempre de quando te adormecia, passava a mão por ti e até eu fechava os olhos. As cantigas, os beijos mais amorosos do mundo. O dar-te a mão porque não descansavas enquanto isso não acontecesse, a maneira como tu, como se fosses eu, fazias a tua caminha e tapavas-te. Tu fazias a tua caminha. Depois éramos nós. Tu já não podias.

A partir daí já não eras Marta.
Eras cadela.

Mas sempre te amei, sempre gostei de ti como o meu bebé. Desde o primeiro dia que te vi. Agora não tenho beijos, não tenho festas, já não há a alegria de chegar a casa e ver-te, não há a chatice de te levar à rua, não há nada, não há Marta, não há bicho, não há o meu amor, não há risos, não há pisadelas nem pancadas com o rabo. Eu despedi-me de ti, mesmo não sabendo. Lembro-me do primeiro dia em que te vi e do último. Marta, nome de gente. Como se não fosses outra coisa...estiveste aqui nos 7 anos mais duros da minha vida, eu abraçava-me a ti quando não tinha ninguém; sempre.
Merda, agora já podemos pôr tapetes no corredor...

hoje. até parece que foi ontem...


Adeus meu amor. Alias, até já.
Não tenho mais nada para dizer.

"Inni Mer Syngur Vitleysingur"

Cortei o cabelo. Sim sim, cortei!
Gosto.


Faz-me sentir diferente. Claro que se pintasse ia dar no mesmo, ou até mesmo não fazer nada, depende do estado de espírito...é que agora estou no 12º ano. O tempo passa tão, mas tão depressa! Aproveitemos todos! Neste momento estou feliz, neste momento 16h43 do dia 26 de Agosto de 2008. Estou a ouvir "Inni Mer Syngur Vitleysingur" dos Sigur Ros, estou a pensar que amanhã vou passar uma semana com o meu irmão, nós todos juntinhos em família; tenho saudades dele. E a pensar que tenho muitos abraços para dar, e que tenho o cabelo cortado, e que há de estar bom tempo e que agora estou a tentar usar cores que não o preto. Vou ter um ano em cheio, muito cheio mesmo, mas muito bom, o último ano do resto da minha vida. Já pensei e decidi estudar bastante desde o início, ter as notas que eu quero, ter a vida que eu quero, ser muito feliz, arranjar um amor se assim se propiciar, dedicar-me aos amigos, dar-me bem com os de cá de casa, ajudar mais, dar mais de mim. Quero sorrir sempre e chorar de vez em quando, sair muito, ficar muito em casa, dançar com paixão, ter um papel desafiador na próxima peça, saber o que quero para mim, rir-me como sempre com os do meu coração, ouvir muita música, continuar a querer que a minha vida fosse um videoclip, ter esperança que os Coldplay venham a Portugal, rejubilar-me porque os Sigur Ros vêm, comer melhor, desenhar mais e melhor, preparar-me para o que vier, brincar, querer, esperar, amar, viver,

EU VOU SER ASSIM!!
porque as resoluções de Ano Novo fazem muito mais sentido agora...

.

Trindade(s)

.


.
Tem toda a tua alegria
um riso enorme e profuso.
Correr livre,
vento,
corres nas asas do mundo.
Abraças tempos infindáveis,
esqueléticos de amor
que de ti soltas,
vagueias.
Passas as mãos vazias,
cheias,
pelo meu cabelo;
enfeitas-me, tornas-me laço
tornas o medo em céu estrelado
tornas-me minha e tua.
Vives e sonhas
diluvios de noites de verão,
que eu pouso a cabeça no teu colo
e tu a tua no meu coração.
Sejamos sempre assim
cor com cor
nossas mãos cruzadas
na cruzada do amor.

.

Escrituras em Arial

São raras as águas.
São poucas as madeixas de luz que se deixam entrar.
São vidas as vidas que queimam o espírito
e que abraçam o escondido
e que deixam deslumbrar.
São tristes as desilusões
de mãos dadas com o olhar,
as meninas que choram
e que demoram
só por poderem se demorar.
São assim tão presas as imagens que eu quero ver
que eu quero sentir,
que me situam.
São os beijos perdidos, queimados;
recuam.
Quero o que não queria
mas continuo sem saber o que querer
continuo solta no vento
sem ninguém para me prender.
E sorrio porque até sei que só me falta uma coisa
e uma coisa apenas;
um sorriso só meu
de ti e de mim
de ti não sei quem és,
mas o meu está lá.
São os passos que darei
numa perspectiva que mudou,
"Ilha na Rua dos Pássaros"
destroços que o mundo levou
com as bombas e armas de brincar;
brincadeiras pequeninas
laços soltos no mar.

.

racionalidade vs sentimentalismo: que ganhe o melhor

Quero-me agarrar a certas ideias, ideias fixas. Acho que sou feliz, eu sou. Racionalmente sou feliz, a minha cabeça aponta-me todos os elementos que dizem "Ana, tu és feliz!". Mas a felicidade não é racional. Temos pena Ana...


Mas continuo a achar que sou! Às vezes penso na minha maneira de existir. Às vezes apetece-me gritar bem alto "SERÁ QUE SOU UM EXAGERO? ACHAS-ME UM EXAGERO?". É assim que às vezes choro, porque eu choro muito. Antes não chorava assim e era tremendamente infeliz; deve ser por isso mesmo. Penso na forma como as pessoas me vêm, sei lá eu o que pensam elas; "Ana, tu és doida! Ana tu és maluca!" dizem isto tanta vez, e é bom, acho que é um elogio, não sei. E continuo à espera. E eles esperam que eu seja sempre "maluca", sempre a fazer coisas assim, sempre a rir- ser como eu sou, mas qual é o meu problema?! Se eu sou assim, que eles digam que eu sou assim, mas não aceito como aceitava...quero uma coisa diferente. Quero "obrigada", quero "gosto de ti, não deixes de ser assim, seja o assim uma coisa qualquer". É isto, um segredinho segredado ao ouvido de quem quiser ouvir. E a parte racional continua a dizer que sou feliz. Não é que eu não ache que sou feliz, mas acho que me falta alguma coisa, nada em concreto; o que foi já foi- falta talvez o sentimento perceber enfim que a racionalidade está certa e sim Ana, tu és feliz, e sim Ana, vive!
Eu amo mesmo o que tenho, mas falta-me essa compreensão. Um dia. Um "obriagada". Um abraço.

.

Estudo do Meio




Na praia. Olhei para o mar e pensei "o mar parece azul. É por causa do reflexo do céu." Sim, e o céu, porque é que é azul?

Trocando por míudos: O céu é azul por causa da luz, da cor e o seu respectivo comprimento de onda. Se bem me consigo explicar, a luz que vem do sol (digo eu...) chega à Terra em alturas diferentes; a uma dada altura do dia, por exemplo o meio-dia, o comprimento de onda da cor azul chega mais depressa ao nosso planeta, então a essa hora chega e instala-se, enquanto que ao pôr-do-Sol, por exemplo, o comprimento de onda da cor vermelha chega mais depressa à Terra, daí o tom avermelhado no céu.


E pronto, acho que é isto.
Estou aberta a explicações mais coerentes e precisas.

.
.

Estava a vasculhar o computador e vi isto...reparei que ainda não tinha mostrado. Aqui vai, o fruto de um momento partilhado;



Se eu fosse criança, inundava a cidade, pintava de todas as cores o coração dos que passavam. Respirava todo o ar dos pulmões benignos e, se calhar, algum betão que lá ficou acumulado, até que enchia o corpo todinho e vencia todos os males. Acabava por me deitar ao Sol e derreter toda aquela força sem graça, aquela força que nos faz agir como máquinas-rotineiras modelo 3.04 (fica bem pôr um 0 antes do 4, é mais moderno!) e sorriria para toda a gente ver, para eles, os maus e os bons, os secos e os vivos verem que, se eu fosse criança, seria tudo. Seria tudo menos suburbano menos cinzento, mais tom de vermelho maçã; lembras-te daquela macieira? Suspirou até à última folha, deixou cair o azedume todo que estava no ar, e agora…agora está nua, mas ainda está lá uma maçã vermelha que brilha ao Sol; qual será a história dela? Terá vidas para contar, terá uma lágrima por derramar? Ou lembrar-se-á dos sorrisos de outras maçãs vermelhas, vermelho tom de maçã, que se olharam no seu reflexo?Nunca saberemos, o que a prendia à macieira já não aguentou o peso da pequena maçã; estatelou-se no chão!... Ó! Não! Foi-se tudo embora! Caiu a amargura sob os nossos pés, já não há maçã na macieira, já não há história para contar! Já não há esperança no vermelho dos nossos corações, no reflexo dos nossos olhos. Voltámos ao escuro, mau mau…mas e se somos nós que queremos ver o escuro? E se no mau houver bom? E se o vento não for tão frio como parece? E se a macieira for a semente da luz? E se pé ante pé, dos nossos, pequenino, conseguirmos tocar-lhe…e ver…o céu. Foi isso que eu vi, nos meus olhos, cá dentro, quando derretia o betão, deitada ao Sol. O céu. O céu que, sem a figura da macieira marcada no seu azul, não é nada. Nem no cinzento em que ela vivia. Pois ela era a macieira, e todos nós éramos maçãs vermelhas, do tom mais vermelho maçã. Cairemos, pensei. Agora? Talvez não. Mas talvez um dia, quando a rotina pesar e o modelo se optimizar, cairemos naquela relva coberta de orvalho onde se deita a maçã! Veremos todo o suspiro que não vemos nunca. Aí, nesse dia em que a macieira se levanta e nos abraça, todo o betão e aço e ar benigno de pulmão se libertará, e seremos apenas maçãs à espera de nos lembrarmos dos sorrisos de outras maçãs vermelhas tom de maçã. O céu será ele e a macieira seremos nós. A macieira comanda a vida. Ela existe. Nunca estaremos sós.


Sopas & Stick Boy


.

Enquanto ouço Amelie


.
Toca a bela música. Toquem dedos, que se cansam. Que se iluminam, que se exaltam em uniformes manchas de luz melodiosa...Cantem as dedilhadas na lisura branca das teclas, que perfuram a madeira como quem busca o ar. Que se dêm as valsas e as danças, que se entornem as notas pelo mundo! Alegria no mundo, alegria feliz ou de luto, que a música nos preenche. Que se fechem os círculos de vento para que os cabelos rodopiem no mais leve sopro de tudo, na vontade simples dos que se despedem. O piano abraça todos como se de um amante se tratasse, como se cada Ré fosse Dó no coração de cada um; como se em Si se libertasse o que Lá se espera, sossegado, moribundo, aflito...o tom de tonalidade musical que asfixia o que nos corre nas veias, o sentido, a razão. Sente-se...É a música!
Piano.
Música...
.

simples


Estava a fazer o que sempre faço. Estava a viver a vida e reparei que sinto falta. Neste momento, sinto falta e não escrevo como escreveria, com palavras carregadas de tudo. Simplesmente simples. Sinto falta de ti. Sinto falta das nossas conversas, dos nossos risos. Daquilo que éramos, apenas bons amigos, tão "apenas" como éramos, sem segundas nem terceiras intenções; amigos. Não sei o que se passou, ou se calhar apenas isso tudo realmente passou e eu nem vi. Se calhar nem reparaste...mas sinto que já não somos os amigos que éramos. E daí, talvez eu te tenha tido sempre em maior conta do que tu a mim. Calhou...
Mas sinto falta. Porque não sinto que tenhas reparado, ou até que tenhas feito realmente essa escolha, talvez tenhas; talvez não. Talvez penses "mas donde é que ela tirou esta ideia", mas sinto que fui deixada para trás, que já não sou suficiente boa para que queiras estar comigo, como dantes; porque não estamos na mesma, porque só temos palavras dispersas ou sorrisos ocasionais. O que aconteceu? Não te recriminaria por uma escolha tua. Apenas quero perceber.




...e às tantas nem vais ler isto. Às tantas nem sabes que leio as tuas coisas todos os dias, para saber alguma coisa de ti, porque de ti já não sei.


.

Perdidamente

.

"Ser Poeta é ser mais alto..."


e foi assim. Foi no primeiro acorde desta música de Luís Represas, emprestada pelas palavras de Florbela Espanca, que me caiu a primeira de muitas lágrimas. Bastou o primeiro coro de notas desafinadas para me estremecer e sentir pulsar o sangue nas veias. Os versos que tomavam conta mim eram a multidão ali, em Sintra, na mágica esfera de memória...lá trás escondia-se Mãe Tília, assustada com aquelas gentes que não costumam ser tantas, à procura de um cantinho só dela. Mas quando as notas se desabrocharam dos lábios até então murchos, ela espreitou, olhou para o mundo. Éramos todos nós e a música, as palavras que se imprimiam em nós, em mim. Eu chorei. E pensei na minha importância no meio daquilo tudo, e chorei por aceitar que aquela música também pudesse ser para mim. E era, era. E estava feliz. Chorei pela felicidade do momento efémero que passava, e por saber que por ser efémero, era aquilo; simples. E ri, eu ri com ele, brinquei com ele como não o fazia à muito, dei-lhe a mão. E a ela abracei-a. E a ele ouvio-o cantar de lágrima ao peito.
Éramos a família dos tempos passados, das oportunidades singelas.
Naquele acorde, eu fui feliz. Depois passou...mas fui menina. Fui a menina de outrora.


Também eu sou poeta.
Obrigada Luís. Obrigada Florbela.



Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Áquem e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhas de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dize-lo cantando a toda a gente!



.

Caixa de fios

Quanto mais vivo, mais me apercebo da minha necessidade de escrever. De pôr tudo cá para fora. E é estranho como uma coisa impessoal nos pode dar este consolo, este abraço...porque mesmo pensando que nos estamos a abrir com alguem e que sim, estamos a ser consolados, acabamos derrotados. Porque já nem vale a pena. Já nem vale a pena tentar fazer de conta que não está tudo assim como está, que é impressão nossa, que tudo isto...
O impessoal prevalece, porque nem chegamos a esperar nada dele. Talvez seja esse o problema, esperarmos coisas das coisas, expectarmos. O impessoal não nos deixa na mão, porque nem sequer nos dá a mão, porque é apenas uma caixa de fios. Porque podemos escrever sem nunca sermos recriminados, porque não nos deixa de ligar...



...porque nem o chegou a fazer.




.

nem perguntes...

.



Chega. Chega. CHEGA !



.

Uma palavra por 21

Tem piada. Tem? Somos 21, e dissémos até já às nossas andanças no dia 21. E este é o 21º post. Ironia. Será?


É que somos todos tão "nós"...jantámos, rimos, pensámos, ansiámos e pronto. A hora. A hora de alcançarmos o abraço da Mãe Tília , a hora de nos ouvirmos dizendo como tudo foi tão cheio. Na nossa roda de magia atrevi-me ao pior a que me podia atrever...eu escrevi. E li. E sem qualquer dúvida admito que foi a coisa mais difícil que tive que ler, o pedaço de coração que tive de arrancar com mais força, apesar dele querer sair. Foi colocar em aberto uma coisa que até à data, até escrever, até chorar sobre o papel estendido, não tinha completamente percebido. A falta que me fazem. Ou que vão fazer. Porque por agora, meus amigos, HAJA FOLIA! Depois, será depois. Mas ainda não.






E aqui ficam as minhas palavras. Aos 21.
Aos meus amores


Todos os amores por que passámos. Todos os risos deixados ao vento. Todas as coisas que fomos e quisemos ser, todas as história azuis do céu que nos preenchia. Éramos assim, simples silhuetas num palco vasto em que nos sentíamos iguais e preenchidos, mas próprios no nosso coração. Mãos que não se atreviam a largar, imagens que criávamos com tanto amor…Nós éramos nós, éramos nós em conjunto, um eu complexo que várias pessoas que se preenchiam. Nós éramos o melhor de cada um, éramos tanto, tanto…somos. Porque somos tudo isto, porque o teatro que há em nós quer dizer “nós”, quer dizer tudo. O que nós somos é o que sentimos desde o primeiro momento em que pisamos o palco. Tudo. Somos vastos, somos o mundo para o mundo. Eu não seria esse eu sem todos os outros, vocês, a minha complexidade não estaria preenchida de conjunto sem as tais mãos que não se largavam, que se mexiam. Pois todas as mãos são sentidas como deuses, como espelhos imensos do que nos caracteriza. As mãos que amo, as mãos que me completam o corpo e se ligam aos meus pulsos, onde me passa a vida. Os carinhos e abraços que me seguraram, a magia de olhar como nunca olhei. Basta um olhar para nos vermos…E éramos assim, simples folhas que esvoaçam ao vento quente. As folhas foram para outros jardins. E eu olho, e vejo a sua beleza, e contesto para mim própria, e faço força para não as agarrar. E tê-las só para mim. Porque vocês iluminaram-me, vocês fizeram-me como sou, feliz. Sou eu, sempre, sou eu quando estou no palco a querer salvar o mundo, sou eu quando nos cruzamos e olhamos. Sou eu porque vocês são vocês, sou eu porque nada é mais bonito que nós. Queria parar o tempo e ficar aqui, e não sair, e guardar-vos numa caixinha, e abri-la todos os dias, e sorrir, e dançar com vocês. Mas não posso…não devo, no fundo não quero. Porque vocês são o que sempre serão, meus. E nada pode parar isso. Nem eu.
Nunca me larguem a mão, nunca me deixem de olhar. Nunca deixem de ser vocês, não deixem de pensar naquelas noites dançadas ao som do amor. Nunca deixem o que já foi. Porque é passado mas é tão presente no nosso coração como hoje. Sigam o vosso caminho, minhas folhas. Entreguem-se a outras praias.
Adeus meus amores. Eu ficarei à espera.

Não compreendam, que também não quero.

Eles não fazem ideia. Não fazem. Ninguém faz, senão nós. Ninguém sabe como é o entrar em palco, a luz, o passo para um mundo enorme e maravilhoso, quase inalcançável. Não vale a pena explicar, não vale a pena sequer tentar partilhar o que aprendemos ao olhar os olhos de cada um. Ninguém sabe. Nem sequer certas pessoas a quem damos a mão sabem. Mas os outros, nós, os sedentos de "nós", compreendemos...sabemos tanto, tão bem, como é o mundo lá dentro. Queremos tão desesperadamente que percebam que temos de estar ali, tanto como precisamos de ar, que temos que nos tocar e sentir. Temos que nos ter, não nos podemos separar, é um fio condutor que não se solta. E era isso. Era isso que eu queria, era isso que queria que compreendessem. Que quando digo que estou com eles, compreendam que estou a ser feliz, que estou a compactuar com algo maior, com algo inegável. Não peço que compreendam o que sinto ao dar-lhes as mãos. Não quero, sequer. Desculpem a dureza, desculpem a ganância.
Só peço que entendam.